Hacker invade coluna da Folha

O colunista Renato Terra clicou no link “Enlarge Your Penis” que enviei pelo Telegram e, sem saber, franqueou meu acesso à sua coluna. Saibam todos, pois, que este espaço foi hackeado por mim.

Aviso logo que tenho um anúncio em primeira mão: o hacker anônimo mais famoso do Brasil vai se aposentar. Cabe assinalar, outrossim, que o hacker mais famoso do Brasil sou eu mesmo. O motivo vocês vão saber mais para a frente. Antes, porém, enumero todas as minhas proezas até aqui.

Amigos, a humildade acaba aqui. Sim, fui em quem hackeou Paula Fernandes e Luan Santana. A tradução era diferente, mas consegui acesso à letra e alterei o refrão para “juntos e shallow now”.

Fui treinado nas mais sofisticadas linguagens de programação. Consegui acesso aos servidores do Fantástico e descobri, enfim, a idade de Glória Maria. Em outro intrincado sistema, desvendei o que realmente aconteceu com Ronaldo Fenômeno na final da Copa de 1998.

Com meu background, elaborei dossiês inéditos sobre a interferência russa nas eleições americanas, as armas de destruição em massa do Iraque, as usinas nucleares da Coreia do Norte e as belezas naturais de Sorocaba.

Fraudei incontáveis urnas eletrônicas nas últimas eleições. Marina Silva teria sido eleita não fosse minha atuação.

Desprendi a língua do Lula, vasculhei o bigode do Maduro e entrei no Teletrim de Gleisi Hoffmann.

Acessei todos os celulares do Rio de Janeiro e não consegui encontrar o aparelho do Queiroz.

Mas, como já disse, este príncipe dos sortilégios que vos escreve vai se aposentar. Pensei ser capaz de devassar todos os sistemas, quebrar qualquer código. Mas não.

Desde o começo do ano tento, em vão, decifrar a intrincada criptografia de Carlos Bolsonaro. Invadir o celular foi moleza, entender o que está escrito é uma tarefa de Sísifo. Não estou preparado.

Nem Alan Turing, em seu auge, seria capaz de quebrar aquelas mensagens.

Estou exausto, mal consigo concatenar as ideias. Praticamente catatônico. Pelo bem da minha saúde, anuncio minha aposentadoria.

Sem mais,
In hacker we trust