Orgulhoso com a repercussão de seu discurso na ONU, o presidente Jair Messias Bolsonaro assinou uma medida provisória que transforma o Brasil em um Estado Lacro.

“Para compensar a falta de propostas e de ações concretas, formalizamos a lacração como política pública para todos os brasileiros. Por isso, instituímos o Estado Lacro”, tuitou.

Bolsonaro deu exemplo de como o Estado Lacro age.

“Meu discurso lá na ONU não traz nenhuma ação concreta do governo para combater o desmatamento e as queimadas. Nenhum sopro de ideia, um planejamento sequer. Em vez disso, levei uma carta escrita por índios de bem, evoquei o Foro de São Paulo, botei a culpa no Sensacionalista, na mídia mundial e ataquei o Raoni. É isso”, explicou. Em seguida, para não perder o costume, o presidente ergueu uma foto de Greta Thunberg: “Ela é filiada ao PT, o nome dela é Gleisi Thunberg”, lacrou.

Outra característica do Estado Lacro, segundo teóricos, se sustenta sobre a frase “Acuse os adversários do que você faz, chame-os do que você é”, cunhada, na verdade, por Theodor Adorno.

O poeta maior do Estado Lacro foi ao Twitter para transformar em versos a Nova Constituição.

“Acuse os outros de criar uma ideologia/ Para que você possa impor a sua/ Acuse a mídia de distorcer informações/ Para que você possa distorcer as suas/ Acuse os outros de aparelhar as instituições/ Para que você possa aparelhar as suas/ Acuse os outros de queimar a rosca.”

Diante de um PowerPoint, Bolsonaro, então, mostrou um trecho de seu discurso na ONU.

“Durante as últimas décadas, nos deixamos seduzir, sem perceber, por sistemas ideológicos de pensamento que não buscavam a verdade, mas o poder absoluto.”

Com uma pistola laser na mão, o presidente mirou no texto e disparou: “Estão vendo? Essa é a essência do Estado Lacro! Nenhuma proposta e uma acusação chamando os adversários daquilo que sou”, lacrou.

Estão avançadas as conversas para um acordo de união entre vários países que aderiram ao Estado Lacro.

“O primeiro desenho inclui Brasil, Hungria e Estados Unidos sob a tutela formal de Steve Bannon”, celebrou Jair Bolsonaro.