Damares Alves lança campanha Eu Escolhi Caminhar
Para evitar acidentes de trânsito, a ministra Damares Alves lançou hoje uma campanha que incentiva a população a se abster de dirigir. “É tudo muito simples nessa vida. Para não engravidar, é só esquecer o sexo. Do mesmo modo, para preservar a vida de milhares de cidadãos de bem que morrem nas nossas estradas, é só esquecer o automóvel”, explicou, didaticamente.
O presidente Jair Bolsonaro endossou a campanha Eu Escolhi Caminhar: “Quem é a favor de que uma criança de nove anos tenha a vida interrompida num trágico acidente?”, discursou. “Essa liberdade que pregaram ao longo do governo do PT todo, que vale tudo, ficaram glamorizando certos comportamentos até que chegou a esse ponto, uma depravação total. Não se respeita nem o motorista que dirige acima do limite de velocidade para chegar logo em casa e abraçar seus entes queridos. Que casal permanece unido depois de um engarrafamento de oito horas voltando da praia num feriado? Aí o motorista trafega pelo acostamento para preservar a harmonia de seu núcleo familiar e acaba injustiçado pela indústria das multas”, concluiu.
Pastores evangélicos também saíram em defesa da nova cruzada de Damares. Silas Malafaia prometeu que, de agora em diante, não vai mais usar automóveis. “Só saio de casa de jatinho ou helicóptero”, declarou. Marco Feliciano sorriu.
Animado com a repercussão, o governo Bolsonaro apresentou novas propostas para eliminar os males da nação.
Eu Escolhi Ignorar: A melhor maneira de lidar com a corrupção, como se sabe, é se abster de investigar.
Eu Escolhi Queimar: Quando não houver mais floresta na Amazônia, os índices de desmatamento serão os mais baixos de nossa história.
Eu Escolhi Encarcerar: Para acabar com a dependência química, a campanha vai ampliar as campanhas para erradicar, de vez, as drogas e prender todos os traficantes.
No final da tarde, Damares voltou a defender a campanha Eu Escolhi Esperar, que prega a abstinência sexual entre os jovens. “Sigam meu raciocínio: quem não faz sexo, não se reproduz. A melhor maneira de diminuir os índices de mortalidade nesse país é esta: parar de botar gente no mundo. Quem não entende isso só pode ser a favor de que uma criança de nove anos tenha a vida interrompida de forma trágica.”