Os três porquinhos, por Bolsonaro
Em nova versão, os suínos saem de suas casas para defender a economia.
Cansados de mamar nas tetas da mamãe porca, Cícero, Heitor e Prático tomaram vergonha na cara e resolveram construir suas próprias casas. Com isso, movimentaram o setor de construção civil e geraram muitos empregos.
Cícero, mais preguiçoso e com tendências esquerdistas, fez um chalé de palha. Talvez para aproveitar as sobras e com elas enrolar um baseado.
Heitor ergueu sua casa usando a madeira de uns garimpeiros que carregam a economia amazonense nas costas e geram empregos, apesar do mimimi dos índios.
Prático era um suíno de bem que fez fortuna fabricando bacon. Num belo dia, juntou suas suadas economias e foi a uma loja da Havan comprar material de construção. Fez uma mansão de arquitetura greco-goiana inspirada na Casa Branca.
Todos viviam bem. Até que começaram a correr boatos de que um lobo rondava as cercanias.
Prático, o suíno de bem, reagiu primeiro. “É só um lobinho.”
Corajosos e cientes de seu deveres patrióticos, os porquinhos não sucumbiram ao terrorismo e mantiveram suas rotinas intactas.
Cícero continuou saindo para gerar empregos na floresta e foi o primeiro a ser comido. Heitor foi capturado pelo lobo enquanto colhia soja.
Preocupado com a economia, Prático, o suíno de bem, convocou seus funcionários e revelou que havia enfrentado o “suposto” lobo naquela madrugada. A fera não passava de um chihuahua criado em laboratório na China. E agora estava morta. O suíno, no entanto, não apresentou provas.
Mas Prático havia contado uma mentira. O lobo, dotado de raro espírito empreendedor, havia sumido por alguns dias até legalizar sua franquia do Madero.
Dois dias depois, Prático caiu nas garras do verdadeiro lobo. Depois de ter sua carne temperada, teve a honra de virar a primeira linha limitada de hambúrgueres. E, com isso, o suíno de bem concluiu sua vitoriosa caminhada patriótica em prol da geração de empregos mesmo após a sua morte.
O lobo, em seguida, comeu a mãe dos porquinhos. Depois o pai, os primos e os amigos. E, para voltar a aquecer o mercado imobiliário, conseguiu que o prefeito desapropriasse os terrenos em que foram construídas as casas de Cícero, Heitor e Prático.
Moral da história: “Há sempre uma maneira de combinar, de maneira produtiva, os cuidados com a saúde e a geração de empregos”.