Uma declaração para aquele que sabe que ‘os filhos justificam os meios’

Pai, enviei um cabo e um soldado para tomar a coluna daquele boiola do Renato Terra. Aqui mesmo, nesse jornal comunista, escrevo a verdade sobre você. Esta intervenção será meu presente de Dia dos Pais para mostrar tudo o que aprendi com você.

Pai, pouca gente sabe o quanto você é capaz para proteger seus pintinhos. “Os filhos justificam os meios”, como  você diz. É preciso muita coragem para desaparelhar o Coaf, desmembrar a Lava Jato e interferir na Polícia Federal para proteger sua prole.

Sem falar no gabinete que você construiu pro meu irmão brincar. Tem celular de montão, iPad, videogame, WhatsApp liberado. A gente sabe como ele é imaginativo e muito me alegra vê-lo feliz, com a cabeça ocupada. Você realmente pensa em todo mundo.

Até embaixada e AI-5 você prometeu pra gente. Eu sei que vai cumprir quando os comunistas baixarem a guarda. Você é tão bom que consegue reunir as qualidades de dois paizões: Brilhante Ustra e Roberto Jefferson.

Dói muito ver a extrema imprensa batendo palma pra Thammy Miranda e esquecendo o verdadeiro significado da paternidade. Os valores estão todos trocados. Os pais devem proteger heterossexualmente os filhos. Inclusive das mães.

Pai, você é meu herói. Nunca vou esquecer nossas tardes naquele estande de tiro. Quantas lições aprendi sobre o impacto dos projéteis, o manuseio de diferentes calibres. São ensinamentos que levo pra toda a minha vida. Sempre que sinto cheiro de pólvora, me lembro da minha infância. Sempre que vejo um petista, lembro como treinávamos para acertar os pontos vitais.

Como esquecer nossas aventuras com o tio Queiroz? Ele nos levava para pescar, depois nos ensinava a rachar com ele tudo que havíamos pescado. Ele adorava robalo, lembra? Depois a gente ia tomar aquele açaí lá na Wal. E você estava sempre presente para nos proteger com sua Taurus .38 com aquele cano ventilado. Paizão.

Enfim, quero confessar uma coisa. Sei que vou lhe deixar com os olhos marejados. Mas pensei numa maneira que define com exatidão o quanto lhe admiro. Lá vai: “Pai, meu querido pai. Desde criança, a primeira imagem que me vem à cabeça quando penso em você é a de um fuzil de fabricação israelense com dois tipos de rajadas e corpo de polímero não metálico de alta resistência”.