O botox chinês de João Doria

Em mais uma investida contra o governador de São Paulo, Jair Bolsonaro vetou a importação de botox. “Agora, realmente, Bolsonaro pegou pesado demais com João Doria. Foi desmumano. É possível que aconteça uma renúncia do governador nos próximos dias. Ou, pior, uma ruga de preocupação naquela testa ilibada. O momento é grave”, escreveu o cientista político Celso Rocha de Barros.

João Doria, que se curou da Covinha-19 fazendo uso irrestrito da hidroxifarialimer, teve um ataque de pelanca. “A alta sociedade paulistana nunca mais vai se recuperar desse trauma. Bolsonaro não sabe onde está se metendo”, discursou. Pela primeira vez, seu tom de voz irritado foi acompanhado por ligeiras mudanças na sua feição: a sobrancelha esquerda, levemente arqueada e a testa franzida deram pistas de que Doria estava descontrolado.

Pelo WhatsApp, circulou que Doria estava importando botox da China. “Este produto promove mutações comunistas na cútis para deixar todas as feições humanas semelhantes às de Mao Tse Tung. Fora isso, a pele não fica esticada entre o nariz e a boca, forçando a aparição de bigode chinês. Por isso, patriotas, parem de usar botox. E vamos iniciar o boicote de todos os produtos que surgiram na China: chega de papel, de macarrão, de pólvora. Vamos adotar o pombo correio, comer mais chocolate Kopenhagen e atirar com zarabatanas”, diz o texto.

Completamente fora de si, o governador divulgou trechos de uma reunião com Hamilton Mourão em que o vice-presidente intercede a favor do botox. “Imagina, Joãozinho, um dia é o botox. No outro, ele pode vetar a tintura de cabelo Asa da Graúna. Vamos perder a nossa identidade, nossa libido eternamente jovem”, lamentou Mourão, transtornado.

No final da tarde, Glorinha Kalil fez um apelo à society. “Estamos diante do maior ataque estético de nossa história. Aguentamos calados as camisas do Faustão, a decoração do casamento da Carla Zambelli e, pasmem, ninguém foi pras ruas depois que Reinaldo Azevedo decidiu cultivar mullets. Mas agora chegamos a uma situação alarmante. É preciso ir além do embate entre esquerda e direita para lutarmos, efetivamente, pelos rostos da nossa Nação”, defendeu a editora de moda.moda. “Ou cai o Bolsonaro ou cai minha bochecha”, disse Narcisa Tamborindeguy em tom de ultimato.