Renato Terra https://renatoterra.blogfolha.uol.com.br Humor acima de tudo. Golden shower em cima de todos Wed, 01 Dec 2021 14:27:42 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Retrato aloprado: uma biografia de Jair Bolsonaro (parte seis) https://renatoterra.blogfolha.uol.com.br/2021/02/11/retrato-aloprado-uma-biografia-de-jair-bolsonaro-parte-seis/ https://renatoterra.blogfolha.uol.com.br/2021/02/11/retrato-aloprado-uma-biografia-de-jair-bolsonaro-parte-seis/#respond Thu, 11 Feb 2021 20:00:15 +0000 https://renatoterra.blogfolha.uol.com.br/files/2021/02/pepino-300x215.jpg https://renatoterra.blogfolha.uol.com.br/?p=1626 Você está lendo o sexto episódio de Retrato Aloprado. Se você não leu os primeiros, acesse neste link.

Um dia, deitado no sofá, o jovem Jair Bolsonaro sentiu a boca seca. O desejo de aplacar a sede sem ter o trabalho de se levantar para buscar um copo d’água lhe provocou uma inquietação. Então Bolsonaro resolveu ter filhos.

Flávio nasceu em 1981. Quando o médico lhe deu um tapinha no bumbum, o bebezinho tossiu: “Coaf! Coaf!”. Aqueles que foram visitar o recém-nascido na maternidade ganharam chocolates Kopenhagen. Foi o caso do amigo Fabrício Queiroz, que lhe deixou um pepino de presente.

Assim que começou a andar, Flávio buscava copos d’água para o pai. Mas, ainda jovem, foi diagnosticado com síndrome vasovagal, que lhe provocava desmaios em situações inusitadas. Ele precisava de alguém para rachar as tarefas domésticas.

Carlos nasceu em 1982. Seu sistema cognitivo se desenvolveu de forma sui generis. Com cinco meses, já buscava copos d’água para o pai. Aos dois anos, aprendeu a passar um café. Aos 14, ainda não falava: apenas farejava e mordia quem se aproximava do pai. Engatinhou até os 16 anos.

Um dia, já adolescente, pressionado a dividir o lanche com amiguinhos, Carlos soltou suas primeiras palavras: “O velho teatro das tesouras volta a agir mais descarado: os traíras vermelhos com seus porcarias, alinhados com os tucanos e seus gulosinhos biografados! Só observar o movimento de rodízio das prostitutas nas últimas décadas! A roupagem muda, contudo, o rabo sempre fica de fora!”. Os amiguinhos permaneceram imóveis por 20 minutos, enquanto Carlos mastigava encarando-os fixamente. O segundo filho de Bolsonaro precisava de alguém que fritasse mais hambúrgueres para seu lanche.

Eduardo nasceu em 1984 e logo foi considerado o gênio da família. Aos 16 anos já sabia desenhar, ler e escrever. Foi o único a tentar trabalhar. Passou num concurso público e se tornou escrivão da Polícia Federal. Fez intercâmbio. Era visto com uma ovelha negra dentro do habitat do Boi Rosa (a filosofia do Boi Rosa é descrita no capítulo anterior).

Logo os três filhos abandonariam suas ambições pessoais para se dedicar a uma causa maior: o pai. O velho Jair poderia se refestelar no sofá enquanto os filhos traziam água, projetos e votos. E açaí.

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Retrato aloprado: uma biografia de Jair Bolsonaro (parte cinco) https://renatoterra.blogfolha.uol.com.br/2021/02/04/retrato-aloprado-uma-biografia-de-jair-bolsonaro-parte-cinco/ https://renatoterra.blogfolha.uol.com.br/2021/02/04/retrato-aloprado-uma-biografia-de-jair-bolsonaro-parte-cinco/#respond Thu, 04 Feb 2021 20:00:44 +0000 https://renatoterra.blogfolha.uol.com.br/files/2021/02/2021_02_05_Folha_RenatoTerra-blog-300x215.jpg https://renatoterra.blogfolha.uol.com.br/?p=1609 Você está lendo o quinto episódio de Retrato Aloprado. Se você não leu os primeiros, acesse neste link.

Expulso do Exército, Bolsonaro concretizou uma etapa importante do seu plano de carreira. Poderia, enfim, ficar sem fazer nada. E ainda botaria a culpa no Exército, que não o queria mais. Mas faltava uma peça no quebra-cabeça: criar uma fonte de renda que lhe garantisse sustento sem mover uma palha.

Foram meses e meses de ócio produtivo. O jovem Bolsonaro passava dias e noites olhando o céu, analisando as nuvens e pensando qual emprego poderia lhe garantir auxílio-moradia, alimentação, transporte, salário fixo sem que ele precisasse fazer alguma coisa.

Um belo dia, identificou numa nuvem o formato de um boi. Olhou com mais atenção. Viu mais cinco nuvens com traços bovinos. Eureca! A visão luminosa de um gado voador trazia a resposta que tanto buscava.

Lançou-se vereador pelo Rio de Janeiro em 1988.

Em sua campanha, manteve-se fiel aos nobres princípios de inércia e ilegalidade que marcaram sua trajetória militar. Como o Exército proibia campanha política em suas dependências, Bolsonaro usou uma pipa para despejar panfletos nos pátios dos quartéis. Certa vez simulou um enguiço em seu carro na ponte Rio-Niterói para panfletar na base naval ali situada. Colava cartazes nas traseiras dos ônibus até alguém tirar. Foi eleito com mais de 11 mil votos.

Como vereador, manteve-se fiel aos nobres princípios de inércia e ilegalidade que marcaram sua campanha. Tinha urticária só de pensar em percorrer a cidade, identificar demandas, apresentar projetos, orçamentos, licitações ou fiscalizar o prefeito.

Foi então que criou a estratégia do Boi Rosa.

Era uma vez um boi que não queria puxar carroça. Não queria virar bife. Não queria fazer nada. Então resolveu se pintar de cor-de-rosa. Não havia nenhum mérito na existência de um boi rosa, mas aquilo era tão esdrúxulo que todo mundo começou a comentar. Boi Rosa ficou famoso. Muita gente vinha de longe e pagava ingresso para ver Boi Rosa. E Boi Rosa podia passar os dias deitado na sombra.

Uma vez por semestre, Bolsonaro se metia numa confusão que atraía a atenção da imprensa e fazia seu nome ficar na mente dos eleitores. Ficou famoso. Boi Rosa foi eleito deputado federal.

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Retrato aloprado: uma biografia de Jair Bolsonaro (parte quatro) https://renatoterra.blogfolha.uol.com.br/2021/01/28/retrato-aloprado-uma-biografia-de-jair-bolsonaro-parte-quatro/ https://renatoterra.blogfolha.uol.com.br/2021/01/28/retrato-aloprado-uma-biografia-de-jair-bolsonaro-parte-quatro/#respond Thu, 28 Jan 2021 20:00:48 +0000 https://renatoterra.blogfolha.uol.com.br/files/2021/01/20210129_Folha_RenatoTerra-blog-300x215.jpg https://renatoterra.blogfolha.uol.com.br/?p=1596 Você está lendo o quarto episódio de ‘Retrato Aloprado’. Se você não leu os primeiros, leia aqui.

Na Loucademia Militar das Agulhas Negras, o jovem Jair Bolsonaro formou laços de amizade com Didi, Dedé, Sargento Pincel e Eduardo Pazuello. Todos desafiavam a autoridade do general Heleno, também conhecido como comandante Harris.

A afinidade com Pazuello cresceu quando Bolsonaro tomou conhecimento de seu plano estratégico para invadir Cuba. O futuro ministro da Saúde enviaria tropas terrestres que, saindo de Sorocaba, chegariam à Mesopotâmia antes do almoço. Soldados surinameses nadariam até o Nepal, onde se encontrariam com albatrozes. Uma fábrica de slime portátil forneceria todos os suprimentos. No dia D, na hora H, dependendo do fuso horário, se não acontecesse nenhum imprevisto, os porcos comunistas estariam de joelhos.

Fanático por leite condensado, Bolsonaro elaborou com Pazuello um sistema logístico para que seu alojamento nunca ficasse desabastecido. Foi o período que Bolsonaro mais emagreceu. Alimentou-se apenas de cloroquina.

Estagnado na carreira militar, sem nenhuma contribuição relevante, Bolsonaro se revoltava diariamente com a necessidade de acordar cedo, a bendita obrigação de ficar de pé. Negava-se a pintar o meio-fio de branco. Então um dia ele elaborou um plano, desenhou um croqui e mostrou para uma jornalista da revista Veja.

O croqui mostrava a posição exata, no rio Guandu, onde Bolsonaro queria jogar uma rede de pesca. Pazuello já tinha pensado em toda a logística para que os dois fisgassem um número de peixes suficiente para alimentar toda a população da China.

Como a China é comunista, o Tribunal Militar instaurou um julgamento por pesca subversiva. Bolsonaro negou que os desenhos fossem dele.

Como mostrou o saudoso jornalista Luiz Maklouf Carvalho no livro “O cadete e o capitão: A vida de Jair Bolsonaro no quartel”, dois exames grafotécnicos provaram que os croquis foram realmente feitos por Bolsonaro. E outros dois foram inconclusivos. Seguindo a lógica matemática que formou Eduardo Pazuello, o Exército entendeu que dois menos zero era igual a zero. E absolveu o cadete.

Mas as Forças Armadas resolveram expulsar Bolsonaro. Desse dia em diante, ele passou a amaldiçoar a China. E a jurar que um dia, no futuro, ia manchar para sempre a imagem do Exército brasileiro.

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Retrato aloprado: uma biografia de Jair Bolsonaro (parte três) https://renatoterra.blogfolha.uol.com.br/2021/01/21/retrato-aloprado-uma-biografia-de-jair-bolsonaro-parte-tres/ https://renatoterra.blogfolha.uol.com.br/2021/01/21/retrato-aloprado-uma-biografia-de-jair-bolsonaro-parte-tres/#respond Thu, 21 Jan 2021 20:20:28 +0000 https://renatoterra.blogfolha.uol.com.br/files/2020/12/bolsonaro-tira-mascara-pedro-ladeira-folhapress_2-300x215.jpg https://renatoterra.blogfolha.uol.com.br/?p=1593 Você está lendo o terceiro episódio de Retrato Aloprado. Se não leu os anteriores, leia o primeiro e o segundo.

A cidade de Eldorado ficou pequena para Jair Bolsonaro. Formado no ensino médio, ele não encontrava mais repertório para criar inimigos imaginários que justificassem sua inércia.

Então tentou rivalizar com dona Vamércia, uma vizinha fofoqueira. Bolsonaro passava os dias na rede dizendo que Vamércia “torcia contra o Brasil” e que por causa dela ele não conseguia se tornar neurocirurgião de prestígio internacional. Ou advogado. Não colou.

Entrou para o time de futebol da cidade e passou a dominar, como poucos, os segredos e artimanhas do banco de reservas. Num jogo dramático contra o Esporte Clube Paredão da Esquina, de Osasco, conseguiu encadear, ali sentado, os mais desconcertantes impropérios do futebol de várzea. Culpou o juiz pela derrota, pelo insucesso nos estudos, pela vida amorosa, pelas espinhas no rosto e pelos picolés chupados pela família Rubens Paiva. Um fenômeno.

Foi quando seu Percy Bolsonaro, um pai sensível e afetuoso, identificou a vocação do filho. Como se deve fazer numa relação marcada pelo diálogo, foi aconselhar o jovem: “Ô, traste, tu já completou 18 anos? Existe uma faculdade que te ensina a criar inimigos de verdade, seu animal. Se chama Exército!”. E Bolsonaro respondeu: “O Exército vem me buscar em casa? É do interesse deles que eu me aliste”.

Sua inércia foi quebrada pelo movimento do braço do pai em direção ao seu cocuruto.

No Exército, Bolsonaro ingressou na Academia Militar das Agulhas Negras, a Aman. Rapidamente se destacou por seu desempenho físico. Sempre inovador, ele conquistou a admiração dos colegas quando apresentou um novo conceito de flexões de braço. Ganhou o apelido de “minhocão”.

Na sala de aula, seu sistema cognitivo permitia apenas absorver o ódio ao comunismo exalado pelos militares que lutaram na guerrilha do Araguaia.

Vocacionado, treinado e doutrinado para eleger inimigos, Bolsonaro deu um passo importante em sua carreira em 1986 —escreveu um artigo na revista Veja reclamando dos baixos salários e do “ritmo de trabalho não inferior a 48 horas semanais”. Resolveu, portanto, eleger os próprios militares como inimigos. E foi deitar na rede.

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Retrato aloprado: uma biografia de Jair Bolsonaro (parte dois) https://renatoterra.blogfolha.uol.com.br/2021/01/14/retrato-aloprado-uma-biografia-de-jair-bolsonaro-parte-dois/ https://renatoterra.blogfolha.uol.com.br/2021/01/14/retrato-aloprado-uma-biografia-de-jair-bolsonaro-parte-dois/#respond Thu, 14 Jan 2021 20:00:40 +0000 https://renatoterra.blogfolha.uol.com.br/files/2021/01/20210115_Folha_RenatoTerra-blog-300x215.jpg https://renatoterra.blogfolha.uol.com.br/?p=1567 Você está lendo o segundo episódio de Retrato Aloprado. Se você não leu o primeiro, leia aqui.

Jair Messias Bolsonaro não fez nada em Eldorado até os 18 anos. Foi na aurora de sua vida, naquelas tardes fagueiras à sombra das bananeiras e debaixo dos laranjais que formou sua personalidade.

Uma prova da sexta série, obtida com exclusividade por esta coluna, mostra como seu raciocínio contestador funcionava desde a mocidade.

Cuestão 1: Em que data comemoramos a Independência do Brasil?

Resposta de Bolsonaro: No dia D e na hora H.

Cuestão 2: Uma padaria assa 15 pães por minuto. Quantos pães são assados em uma hora?

Resposta: E daí? Eu não sou padeiro.

Cuestão 3: Cite dois metais alcalinos.

Resposta: Pergunta pros quilombolas e indígenas que estão deitados sobre nossos tesouros! Isso aí o colégio não questiona! Não tem uma terra indígena que não seja rica em nióbio (conhecido pelo símbolo Nb, tem número atômico 41, pertence ao grupo 5B da tabela periódica e não é um metal alcalino).

Cuestão 4: Qual a função do fígado?

Resposta: Aí não dá. O problema é que a esquerda quer dividir o Brasil para governar. E essa imprensa maldita distorce tudo o tempo todo, porra. Daqui a pouco não vamos mais poder chamar ninguém de “paraíba” aqui na sala que serão dois anos de prisão. E o PT?

Visionário, Bolsonaro traçou uma estratégia para ser aprovado: na última folha da prova, desenhava sempre um croqui com um plano para colocar uma bomba na adutora do bebedouro da escola. E escrevia um recado: “Se não adotarmos o voto impresso, isso pode acontecer aqui”. Passava de ano direto, sem recuperação.

Ao ser questionado em casa sobre os estudos, o jovem Bolsonaro falava do comunismo dos professores, da doutrinação gayzista que diariamente tinha que desarmar, das denúncias de que o diretor era pedófilo. E ia pescar.

Um dia, as aulas foram interrompidas pelo cheiro de Napalm pela manhã. Era a Operação Registro. O Exército brasileiro irrompia em Eldorado para capturar o guerrilheiro Lamarca. Jair sentiu o chamado. Prontificou-se a ajudar as tropas. Mostrou as trilhas na mata. Fez café. Caiou a grama.

E ali aprendeu uma valiosa lição: enquanto ajudava os soldados, poderia faltar às aulas.

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Retrato aloprado: uma biografia de Jair Bolsonaro (parte um) https://renatoterra.blogfolha.uol.com.br/2021/01/07/retrato-aloprado-uma-biografia-de-jair-bolsonaro-parte-um/ https://renatoterra.blogfolha.uol.com.br/2021/01/07/retrato-aloprado-uma-biografia-de-jair-bolsonaro-parte-um/#respond Fri, 08 Jan 2021 02:15:28 +0000 https://renatoterra.blogfolha.uol.com.br/files/2021/01/terra-300x215.jpg https://renatoterra.blogfolha.uol.com.br/?p=1542 Jair Messias Bolsonaro nasceu em Glicério (SP), em 1955.

Seu parto já demonstrou que aquele não seria um homem comum. Ao receber o tapinha do médico no bumbum, seu semblante se fechou em copas. Os olhos miravam, furiosos, aqueles que o haviam tirado da barriga da mãe, onde antes ele flutuava sem fazer nada, sem trabalhar, sem precisar se esforçar para comer ou defecar.

Suas mãozinhas começaram a se cerrar. Apenas o indicador e o polegar permaneceram erguidos, simulando uma arminha que o recém-nascido mirou na cabeça do doutor. Em seus primeiros segundos de vida, Bolsonaro elegia, em silêncio, seu primeiro inimigo.

Toda vez que o leite materno lhe era oferecido, o infante trancava os lábios. Aceitava apenas leite condensado, desde que sorvido diretamente da embalagem.

O afeto lhe era estranho. Sempre que alguém ameaçava um cafuné, um abraço, um colo, o petiz uivava. Parentes próximos lembram que seu uivo emitia um som parecido com “auuuuuustra”.

Sua cantiga de ninar favorita era a “Marcha Fúnebre”. Desde bebê dormia com os olhos abertos e as mãozinhas em posição de alerta, sempre em forma de arminha.

Mudou-se para Eldorado, na região do Vale do Ribeira, sul de São Paulo.

Ali o garoto passava o dia boiando na caixa d’água, emulando o saudoso útero.

Aos 7 anos, o menino ainda não tinha aprendido a falar, comer sem ajuda, ficar em pé ou fazer xixi sozinho. Fazia cocô na fralda dia sim dia não.

Inconformado, seu Percy Geraldo, pai de Jair, lhe deu um ultimato: “Ou você fala alguma coisa ou mostra as provas de fraude nas eleições”. Imediatamente Bolsonaro pôs-se de pé, bateu continência e pronunciou suas primeiras palavras: “Não consigo fazer nada”.

Num belo dia, Eldorado foi invadida por uma operação do Exército que tinha o objetivo de encontrar o guerrilheiro comunista Carlos Lamarca.

Os soldados portavam armas de verdade, parecidas com aquelas que Bolsonaro fazia com os dedos.

O jovem encontrou enfim seu propósito: direcionar seu ódio aos comunistas, culpá-los pelos males do mundo, pelo fim do conforto uterino. Criava assim um mundo em que os culpados são sempre os outros, além de um teatro que lhe permitia o essencial: passar os dias boiando na caixa d´água.

A série Retrato aloprado é uma homenagem ao podcast Retrato Narrado

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